domingo, 27 de fevereiro de 2011

Hoje eu canto...

Quando comprei o vinil de Luiz Gonzaga, A Festa, há alguns anos, confesso que não gostei muito. No entanto, quando ouvi pela segunda vez eu percebi o quanto os meus ouvidos ainda estavam despreparados para a boa música.

Essa música para mim tem um gostinho de família porque, por várias vezes, peguei minhas tias, nascidas nas décadas de 1920 e 1930, ouvindo-a em um programa de rádio e matando a saudade dos tempos de Luiz Gonzaga e, principalmente, da cantora super consagrada no cenário nacional Emilinha Borba.


O Resto A Gente Ajeita
(Luiz Gonzaga e Dalton Vogeler)
Luiz Gonzaga & Emilinha Borba

1981 - Luiz Gonzaga
A Festa


Eu agora tô viúva
Tô querendo me casar
Com um cabra tutanhudo
E bom pra trabalhar
Que seja carinhoso
E não me chame de sujeita
O resto a gente ajeita

Ai, ai, ai,
Me arrasta, caboclinho
Depois do arrastapé
Nós queima o pé no caminho

Quem pediu a minha mão
Foi o Zé de sinhá Raqué
Eu butei umas cundição
Que num sei se o Zéca qué
Da gente morar longe
Pois sua mãe não é direita
O resto a gente ajeita

Ai, ai, ai,
Me arrasta, caboclinho
Depois do arrastapé
Nós queima o pé no caminho

Convidei um pistoleiro da
Serra do Kin com K
O cabra era zanôio
Inguinorante e sarará
Falô: quero a metade
Pra fazer essa impeleita
O resto a gente ajeita

Ai, ai, ai,
Me arrasta, caboclinho
Depois do arrastapé
Nós queima o pé no caminho



Baixe esta música: http://www.4shared.com/audio/Amst-gWN/Luiz_Gonzaga_-_O_resto_a_gente.html.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Hoje eu canto...

... para trazer de volta, por meio da música, as lembranças da Bahia, mais especificamente de Salvador, onde aconteceu no último sábado o Super Gabi Roots 2011.

Estiveram presentes mineiros, paulistas e paulistanos, cariocas e fluminenses, brasilienses, Os 3 do Nordeste e Diego Oliveira e, claro, todo o sabor e a simpatia dos forrozeiros baianos!

Valeu, Gabi! A organização do evento é excelente e a sua atenção com quem vem de fora é impressionante! Se houve sucesso é total resultado de mérito! Parabéns a você e aos baianos! O forró agradece!

Fiquem com um pouco de Diego Oliveira, presença marcante no Super Gabi Roots 2011, na feijoada e na ressaca. Infelizmente não consegui fazer vídeos do show do Diego Oliveira, mas... não se enganem: foi um show maravilhoso!

Bijins


Mais Um Homem Apaixonado
(João Silva)
Diego Oliveira

2010 - Diego Oliveira
Mais um homem apaixonado


É só você dizer
E aí amor
Para o meu coração ficar miudinho
Caidinho, caidinho
Molinho, molinho
Doidinho, doidinho de paixão

Mas quando você diz que não me quer
Aí sabe como é que vive um homem mal amado
Não adianta fazer prece
Ouvir conselho
Que diante do espelho tem um ser abandonado
É mais um pobre pra roer
Com juízo a remoer
Mais um homem apaixonado

É mais um pobre pra roer
Mais um homem apaixonado


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O 1º Gabi Roots, a gente nunca esquece

Salvador. Uma das cidades turísticas brasileiras mais visitadas, cheia de beleza natural, de swing e de gente feliz. Nada melhor do que ter forró em um lugar tão bom assim, né?

Há quatro anos, Gabi Valverde, baiana sabor-da-Bahia, resolveu fazer um forró para comemorar seu aniversário, o Gabi Roots. Sucesso! A ideia deu frutos e foi se repetindo fora dos aniversários.

Eu, posso ser come-quieto mas não sou boba, vi no Super Gabi Roots, do dia 12/02/2011, a oportunidade de solucionar dois problemas de uma vez só: conhecer Salvador e o forró de lá.

Marinheira de primeira viagem, peguei todas as informações possíveis e fui em trio, Tania, Thatila e eu, rumo ao Nordeste.

Já no aeroporto de Confins (MG), fomos nos encontrando com outros forrozeiros mineiros para o mesmo vôo: Vinny, Glau, Régis e Cadu. Ganhamos uma hora a mais, já que no NE não há horário de verão. Obaaaaaaaaaaa!!!!! Chegando lá, já demos de cara com Gabi que esperava por seus amigos e hóspedes no saguão. Seguimos para o nosso lar baiano, a Barra. Um ar tão úmido que eu, bichinho de cerrado, não tenho costume de respirar. Nos acomodamos no Hostel Barra e comemos uma imperdível tilápia com camarão no Caragueijo de Sergipe. Caminhamos pela orla mas logo nos rendemos aos braços de Morfeu.

Foto: Arquivo pessoal/Simone Souza.
No outro dia, o mar da Barra foi o que nos consumiu até às 13h. Após um almoço caprichado, fomos rumo aos pontos turísticos mais tradicionais: Elevador Lacerda, Mercado Modelo e Pelourinho. Nos esquecemos de guardar energia para o forró que seria logo mais. Foi a conta de voltarmos ao hostel e nos aprontarmos para a grande noite.

Na porta do famoso Coliseu do Forró, eu tive a pachorra de deixar o meu ingresso desaparecer! Aff... Mas, graças ao bom Deus, nem tive muito tempo para me desesperar, pois forrozeiro pode ser qualquer coisa, mas não o falta a honestidade. Uma turma que estava ao lado achou meu humilde e valioso ingressinho se arrastando pelo chão e vieram perguntar se alguma de nós havia perdido a entrada! Ahhhhh, que beleza de baião!

Foto: Arquivo pessoal/Simone Souza.
Entramos e nos colocamos a observar. Adorei a decoração: decisão unânime do trio! Que delícia dançar forró, olhar para o lado e ver as ondas na areia! Me permiti até mesmo uma catuaba... Discurso de Gabi e gritos da plateia em homenagem à anfitriã. Diego Oliveira no palco e muitos sorrisos, apresentações, reencontros e danças. Chega a vez d'Os 3 do Nordeste e eu me ponho a gravar; ato já involuntário. O cansaço batendo, mas o movimento de resistência de pé. Resumo da obra: contagiante!

Fim de noite cheio de risadas, umas confusões de leve (para não perder o costume) e coraçõezinhos mexidos, prontos para serem servidos no café da manhã... Caroninha do nosso amigo, Bruninho do Acordeon e soneca relâmpago.

Foto: Arquivo pessoal/Simone Souza.
Pela manhã, mais honrarias à Iemanjá nas águas da Barra e feijoada da Gabi à tarde. Chegamos meio sem jeito, fomos bem recebidas e servidas de uma feijoada divina. À noite, aula de como se saborear abará e acarajé com Tainá Vitoria, ressaca no Ô de Casa com Diego Oliveira, agora mais conhecido como Oliveiras do Nordeste (!), aula de forró com Daniel Marinho, prosa com o amigo Danilo Ribeiro, mais danças e sorrisos... Só que agora, começam as despedidas.

Como foi difícil, às 6h da manhã, ver as pessoas correndo na orla, praticando surfe e mergulhando... E nós, na segunda-feira, indo para o aeroporto para voltarmos para casa. Ai que dor no coração!...

O tempo foi bem curto e não pudemos fazer tudo que havíamos planejado ou desejado, no entanto, ouvi uma frase, outro dia, que soluciona muito bem essa questão. A frase dizia que quando fica faltando algum lugar para se conhecer é deixada uma garantia de que se vai voltar.


"Eu me acabo de saudade
Se não voltar pra Bahia"...
(Voltar pra Bahia [Osvaldo Oliveira e Mary Monteiro] - Os 3 do Nordeste)